Vocação de educar

Paulo Araújo

A cidade de Miracema/TO possui muitas histórias para contar. Uma delas tem comovido pessoas de todo o Brasil e se passa em uma barraca de lona, na qual o jovem Carlos André Silva ensina crianças vindas das regiões mais pobres da localidade. Lá, basta perguntar onde fica a escola do Carlos André que todos indicam o lugar em que ele reúne 60 meninas e meninos para aprenderem a cada dia um pouco mais. Na Escola Alegria do Saber, como Carlos gosta de chamar, ele usa seus conhecimentos e a vontade de fazer o Bem para repassar conteúdos de Língua Portuguesa, Matemática, entre outras matérias. Para isso, o rapaz, que sonha em se tornar professor, sempre coletou livros e materiais escolares em um lixão, onde juntava também latinhas para vender e comprar merenda a seus aprendizes.

Nem as adversidades meteorológicas, como quando o espaço das atividades é alagado por chuvas e é preciso reconstruir as “salas” de aula, esmorece a perseverança dele, que continua seu trabalho.

Diego Ciusz
Todo esse esforço tem sido recompensado com um futuro melhor para essa garotada e em gestos de empatia, a exemplo do apoio dado pela Legião da Boa Vontade por meio da campanha Criança Nota 10!, entregando mochilas com itens pedagógicos essenciais para cada estudante que participa das atividades. “Há crianças que não têm condições de comprar materiais escolares, e os kits são completos. Eu gostei muito. Tem lápis de cor, pincel, caderno de matéria e artes, régua, caneta, lápis, tesoura, giz de cera… Tudo isso vai servir muito”, comemora o jovem educador.

Em razão da atual crise sanitária, as aulas estão temporariamente suspensas para que se evite aglomerações; mas, com os kits, Carlos acredita que a meninada voltará com maior entusiasmo para aprender após passado esse momento.

Provenientes de famílias em situação de vulnerabilidade social da comunidade Novo Horizonte, essas meninas e esses meninos ainda levaram para suas casas uma cesta de alimentos completa e kits de limpeza entregues pela LBV para ajudar nos cuidados e na prevenção ao novo coronavírus. “Tem muita gente passando fome. Várias pessoas não conseguiram o auxílio [emergencial do governo] e precisam de comida. Durante a pandemia, as coisas vão aumentando [de preço], e aí fica difícil [comprar o que é essencial]”, explica Carlos.

Essa colaboração chega em momento desafiador para a região, que enfrenta a falta de emprego e de renda durante esse período. A máscara, item necessário durante a pandemia, escondeu o sorriso de cada assistido, mas não ocultou a gratidão percebida em cada olhar.

Parabéns, Carlos André, pela disposição em ajudar!

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