Na Educação, cada passo dado com empatia pode representar grande conquista. No programa LBV — Potencializando Habilidades (PPH), que atende alunos com diagnósticos da escola da Instituição no Rio de Janeiro/RJ, o uso de ferramentas lúdicas e tecnológicas tem transformado trajetórias de estudantes, numa comprovação de que aprender pode — e deve — ser uma experiência leve, inclusiva e significativa.
Com uma abordagem sensível e inovadora, o programa utiliza tecnologias inspiradas em jogos para impulsionar o desenvolvimento desses estudantes, que podem demandar recursos mais visuais e concretos para uma melhor compreensão dos conteúdos nas aulas. Assim, respeita-se o ritmo individual e são potencializadas as habilidades, com o propósito de promover, na prática, uma inclusão de qualidade.

Segundo a coordenadora do PPH-LBV, professora Andreia de Jesus, especialista em neurociência pedagógica, as unidades de ensino da Legião da Boa Vontade trazem um olhar cuidadoso e personalizado para cada educando, graças à inovadora pedagogia da LBV*. Além de todo suporte emocional e acolhimento, “ao receber alunos em situação diagnóstica, é preciso um olhar mais científico”. Por isso, diversificadas ações são planejadas e adaptadas para superar barreiras relacionadas à aprendizagem, ao comportamento e aos aspectos emocionais e sociais dos alunos que precisam de suporte individualizado por conta de seus diagnósticos.
Além de cumprir a lei com o Atendimento Educacional Especializado (AEE), eles recebem acompanhamento diário do programa, que oferece orientação aos professores e a toda a equipe multidisciplinar, a fim de que as crianças e os adolescentes sejam plenamente incluídos na sala regular. “A ideia é oferecer caminhos mais felizes para elas (…) com a atenção necessária às suas particularidades, para que também possam ter a chance de aprender junto com seus pares”, destaca Andreia.
Jogos tecnológicos: um caminho para o aprendizado
Segundo a especialista, os jogos pedagógicos cumprem uma função cognitiva essencial, pois estimulam a autonomia, a associação de ideias e o desenvolvimento de habilidades fundamentais para a aprendizagem, como o pareamento, a interpretação e a identificação. “Conseguimos manter esses alunos mais engajados no período escolar, porque as estratégias juntamente com o uso das tecnologias assistivas favorecem a permanência deles em sala de aula”, explica Andreia.

Sob a ótica da Neurociência, brincadeiras e jogos estimulam o desenvolvimento de competências essenciais para a vida, como as funções executivas e conativas — ou seja, aquelas relacionadas ao controle emocional, à concentração, à tomada de decisões e à capacidade de lidar com situações inesperadas. “Ao brincar, o cérebro libera neurotransmissores como dopamina, serotonina e noradrenalina, que proporcionam bem-estar e favorecem um aprendizado prazeroso e significativo”, complementa a professora.
Quando utilizados de forma pedagógica e equilibrada, os aplicativos se destacam entre os favoritos dos estudantes da escola da LBV no Rio. No entanto, “tudo é cuidadosamente dosado para que possamos manter o foco educacional, trazendo estratégias pertinentes para trabalhar disfunções executivas do cérebro, inerente aos aspectos diagnósticos, e sempre respeitando tempos mais curtos de uso, visto que o uso excessivo pode aumentar a ansiedade e causar maior irritabilidade”, destaca a profissional. A intenção é evitar a sobrecarga de sinapses elétricas, que podem ter um efeito cerebral negativo. Para ela, o equilíbrio é a palavra-chave: o uso consciente da tecnologia amplia a flexibilidade cognitiva e estimula o engajamento por meio do lúdico.
Crédito: Pedro Felipe
Para concluir, Andreia de Jesus ressalta:
“Jogos e brincadeiras promovem a interação social, fortalecendo os laços para a inclusão, pois são ferramentas que auxiliam no desenvolvimento de múltiplas habilidades de crianças típicas e atípicas. Isso oportuniza o aprendizado de maneira significativa, colaborando para a atenção, a memória, a curiosidade, a criatividade, a resolução de problemas e o fortalecimento de vínculos”.
Professora Andreia de Jesus
Especialista em neurociência pedagógica no Rio de Janeiro/RJ
*“Uma visão além do intelecto”
A inovadora linha educacional da Legião da Boa Vontade atende estudantes em diferentes realidades. Criada pelo educador Paiva Netto, ela é composta pela Pedagogia do Afeto — voltada à infância — e pela Pedagogia do Cidadão Ecumênico, que se estende ao cuidado na adolescência, juventude e idade adulta. Ambas são conduzidas pelo conceito do dirigente da LBV, que propõe que tenhamos “uma visão além do intelecto”, promovendo a Educação com Espiritualidade Ecumênica, ao aliar conhecimentos intelectuais e sentimentos, considerando as necessidades básicas, os anseios e as possibilidades específicas de cada faixa etária. Com essa abordagem, os educandos compreendem que o saber intelectual deve ser iluminado por valores éticos, ecumênicos e espirituais, colocando esse conhecimento em favor da humanidade.