LBV: prioridade às mães de bairros vulneráveis

Vivian R. FerreiraMaria Celina Maciel emociona-se ao receber alimentos da LBV. O gesto deu esperança à família, que buscava verduras e frutas descartadas no Ceasa, em Cubatão/SP, para ter o que comer.

Bebês, crianças, adolescentes e jovens. Há uma geração inteira ameaçada pela pobreza extrema, com poucas oportunidades de desenvolvimento e proteção, em decorrência da pandemia. Neste momento, surgiram também órfãos e famílias que tiveram que deixar seus filhos por não terem mais condições de criá-los. Por tudo isso, a prioridade da Legião da Boa Vontade é estar presente na vida dos que mais precisam, com ações que proporcionem os meios necessários para que pais e responsáveis cuidem dessa gente moça.

Por meio de seus serviços e programas, os quais fortalecem os vínculos familiares dos atendidos, a Entidade não parou um dia sequer de atender o público mais vulnerável, em seus 73 Centros Comunitários de Assistência Social, seis escolas (cinco de Educação Básica e uma de Capacitação Profissional) e três abrigos para idosos, bem como por intermédio do assessoramento da Rede Sociedade Solidária, que reúne centenas de instituições e lideranças em todo o território nacional, realizando cursos, consultorias e oficinas temáticas para fortalecer e qualificar o trabalho executado por eles.

+ Este conteúdo consta na edição nº 258 da revista BOA VONTADE. Confira a publicação!

Dessa forma, durante esse um ano de crise sanitária, a LBV encaminhou atividades remotas para seus atendidos e entregou cestas de alimentos não perecíveis, cestas verdes e kits pedagógicos e lúdicos, assim como kits de produtos de higiene e de limpeza em suas unidades (seguindo todos os protocolos do Ministério da Saúde para evitar o contágio da Covid-19).

É a Solidariedade dando esperança a quem achava que estava tudo perdido, como era o caso de Jaqueline da Silva, cuja história começamos a contar no início desta reportagem. Moradora da comunidade do Mereto, uma das mais vulneráveis e violentas da zona oeste de Natal/RN, essa batalhadora perdeu três filhos para as drogas, do total de nove que teve.

Vivian R. Ferreira

Além disso, enfrenta uma grande batalha para suprir sozinha as necessidades da filha mais velha, Joice da Silva Ferreira, 22 anos, que não anda nem fala. Houve vezes, de tanto desespero, que só lhe restou ir às ruas para pedir comida para a família. Para ela, contar com a Legião da Boa Vontade foi visualizar a luz no fim do túnel, o que a ajudou a ter forças para evitar o esgarçamento dos laços afetivos, ameaçados constantemente por um lar que se tornou um espaço de privações e de instabilidade. Na Instituição, ela e três de suas meninas foram inseridas em serviços que trabalham a convivência e o fortalecimento dos vínculos familiares, onde receberam atendimento psicossocial e alimentação.

“A LBV representa tudo [de bom], porque é um lugar onde minhas filhas estão protegidas ao invés de estarem nas ruas aprendendo o que não presta, como ocorreu com filhos que perdi para as drogas, que faleceram, porque eu não conhecia ainda a LBV… Então, elas poderiam estar indo pelo mesmo caminho se não fosse a LBV”, acredita.

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Com o distanciamento social, Jaqueline, que havia conseguido certo equilíbrio com o Benefício de Prestação Continuada (BPC) de um salário-mínimo da filha que tem deficiência e as faxinas que fazia, viu o orçamento despencar com a pandemia. Mais uma vez, a presença da Entidade foi fundamental, pois, mesmo com as restrições de circulação, a LBV, entendendo ser essencial para os indivíduos e as famílias, manteve suas ações de atendimento psicossocial à distância, e ela também recebeu o apoio em gêneros alimentícios não perecíveis, verduras, legumes e produtos de higiene e de limpeza.

Foi com esses atendimentos e benefícios que Jaqueline tem conseguido superar a falta das atividades presenciais. Com carinho, ela lembra que, na unidade da LBV em Natal, suas meninas faziam várias refeições por dia, o que era de suma importância para o desenvolvimento delas.

Oderlânia Galdino, gestora do Centro Comunitário de Assistência Social da Instituição na capital potiguar, diz que, por conta das restrições necessárias para frear a transmissão da Covid-19, a equipe de profissionais da LBV teve de se reinventar para prosseguir assistindo quem mais necessita e oferecendo também acompanhamento psicossocial. Para a sua realização, damos destaque à Escuta Qualificada, na qual o profissional realiza a escuta ativa e participativa e o acolhimento empático das necessidades do atendido. Durante a pandemia, os atendimentos à distância ocorreram a cada 15 ou 30 dias, dependendo de cada situação acompanhada, por meio de aplicativos, telefonemas e, em caso de urgência ou necessidade, até mesmo de forma presencial, sempre cumprindo todos os protocolos para a segurança do profissional e do atendido.

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Para essa mãe que enfrenta tantas adversidades e sustenta o lar, isso é também de grande valia. “Você sabe como são os adolescentes, são rebeldes, mas aqui, na LBV, as minhas filhas têm o apoio da assistente social, da psicóloga, orientando, conversando… Sempre que estou precisando de uma coisa — e não é só de alimentos, porque a gente precisa também de uma conversa, às vezes uma palavra significa bastante mesmo —, tem a psicóloga. Você liga ou marca um horário e vem, e sai muito mais tranquila e leve. É como se [a Legião da Boa Vontade] fosse uma segunda mãe para mim e para os meus filhos. Se não fosse a LBV, eu teria caído. A Instituição é uma mãe acolhedora, me sinto feliz aqui”.

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