São Paulo, SP — Na noite desta terça-feira,31, a Legião da Boa Vontade deu prosseguimento à edição online de seu 26º Congresso Internacional de Assistência Social, para debater a “desigualdade social e pobreza: impactos psicossociais da pandemia”.
Transmitido pelo canal da Instituição no YouTube — com tradução simultânea em inglês, espanhol e na Língua Brasileira de Sinais (Libras) —, o evento é destinado a profissionais atuantes nas áreas da Assistência Social e dos Direitos Humanos, representantes da sociedade civil e de movimentos sociais, além de educadores sociais, estudantes e pessoas interessadas no tema.
31 DE AGOSTO
O ciclo de palestras foi retomado pelo sr. Wilson Bigas, gestor do Departamento Socioassistencial da LBV e administrador de Empresas. Ele discursou sobre os “impactos da Pandemia em Indivíduos e Famílias Atendidos pela LBV”.
Bigas, que também é especialista em Gestão das Políticas Sociais, lembrou que, nesta pandemia, alguns desafios da Assistência Social foram acentuados. “Ela nos rouxe à tona, não somente uma crise sanitária, mas evidenciou problemas estruturais pré-existentes em nossa sociedade. Foi possível observar implicações que vão além das questões de ordem médica e pandêmica”.
Sobre a assistência às famílias neste momento, reiterou a importância de uma rede de proteção, tendo em vista os altos índices de desigualdades e como a LBV permanece trabalhando para amenizar as consequências da crise mundial de saúde. “Com isso, nos propomos a discutir os impactos psicossociais da pandemia nos indivíduos e famílias atendidos pela LBV, através de uma pesquisa. Implicações de ordem social, como: desemprego, diminuição da renda, precarização e informalização das condições de trabalho, isolamento e afastamento interpessoal, que fragilizam vínculos, crescimento de situações violadoras de direitos, entre outras mazelas, tem elevado as pressões de ordem emocionais e os riscos materiais vivenciados por usuários e também por trabalhadores da Assistência Social.
Na sequência, ocorreu a palestra sobre “a atuação na proteção social básica no período pandêmico”, com a sra. Aldenora Gomes González, assistente Social, Presidente do Instituto EcoVida, fundadora e Secretária executiva do Fórum Nacional dos Usuários do Sistema Único de Assistência Social – FNUSUAS e Vice-Presidente do Conselho Nacional de Assistência Social.
Para ela, “a assistência social que carrega a responsabilidade de articular as ações imediatas, entre as políticas públicas, para que as famílias acessem os seus direitos, promovendo o atendimento integral das famílias nos territórios e a proteção dos grupos mais vulneráveis, como crianças, adolescentes e idosos, evitando, assim, ainda mais a sua invisibilidade. E as situações vivenciadas a partir da covid-19, ela tem demandado um grande compromisso de ações integradas para atendimento da população, gerando a oferta de serviços básicos fundamentais e necessários a sobrevivência dos cidadãos em situação de vulnerabilidade social”.
Em sua palestra sobre “o enfrentamento da Covid-19 e a atuação humanizada em abrigos institucionais para idosos“, a sra. Marília Berzins, doutora em Saúde Pública, Especialista e Mestre em Gerontologia e Presidente do OLHE, Observatório da Longevidade Humana e Envelhecimento, destacou em sua palestra “que envelhecer com dignidade é um direito humano, a dignidade é aquilo que é devido a nós, seres humanos, simplesmente pelo fato de sermos pessoas, de sermos humanos. E eu quero te lembrar que o presente do Brasil e o futuro do Brasil é a velhice, nós já temos 18,6% da população brasileira envelhecida, cada vez esse número será mais significativo, tanto é que hoje, 40 milhões de pessoas já alcançaram 60 anos e mais. Isso é muito bom, isso é para comemorar, isto é para celebrar! Mas o fato de sermos muitos mais, e cada vez mais pessoas idosas na população, não quer dizer que todas essas pessoas vivam a sua velhice com dignidade. Por isso, que nós trazemos esse desafio, que envelhecer com dignidade é um direito humano fundamental. E o Brasil, as pessoas que trabalham com envelhecimento tem de assumir isso, o compromisso de todos nós, sociedade civil, família, estado, por um envelhecimento digno, este é o nosso grande desafio”.
Para finalizar o segundo dia do evento, os palestrantes debateram sobre o tema “desigualdade social e pobreza: impactos psicossociais da pandemia”.
DESTAQUES DO SEGUNDO DIA
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