Na linha de frente contra a fome

Para viabilizar o atendimento da LBV, diversas assistentes sociais enfrentam grandes desafios, mas todo o esforço é compensado com a alegria de ver o resultado desse trabalho na vida de milhares de pessoas.

Os três relatos a seguir mostram como o afeto, a sensibilidade e o respeito irrestritos a todas as criaturas são combustíveis importantes para operar as urgentes e necessárias transformações, “por um Brasil melhor e por uma humanidade mais feliz”, conforme brado do fundador da LBV, Alziro Zarur (1914-1979).

“Atendemos os que não têm oportunidades”

“Esta é uma das campanhas mais movimentadas da LBV por causa da pandemia da Covid-19. Só no mês de dezembro, 17 localidades foram beneficiadas: três comunidades sem-teto, duas sem-terra, seis sem água e seis sem oportunidades de emprego e renda, além dos atendidos do Centro Comunitário de Assistência Social da LBV. Nossa ação triplicou no ano de 2021. Tudo parou, mas nós continuamos trabalhando incansavelmente para atender as pessoas. A Instituição vem diminuindo a dor e o desespero, que se ampliou no Estado do Rio Grande do Norte com a fome tão feroz. Em todas as cidades em que estivemos atendendo, sempre houve depoimentos fortes que comoveram a nossa equipe, como quando falaram ‘não tinha nada para comer hoje’, ‘rezei a Deus por socorro, e a LBV chegou’ e assim por diante. Estamos levando àqueles que vivem à margem da sociedade Esperança de que dias melhores virão, acesso à informação de acordo com a demanda apresentada e um Natal sem fome, garantindo a segurança alimentar de forma digna e salutar.”

Maria Janaína de Oliveira Silva
Natal/RN

“Estamos sempre atentos às vulnerabilidades”

“Procuramos sempre observar as vulnerabilidades existentes na comunidade, as questões socioeconômicas, o acesso das famílias ao saneamento básico, etc. Vale ressaltar que algumas cidades que estão em situações de emergência também buscam espontaneamente a parceria com a LBV, para beneficiar famílias em insegurança alimentar, demanda que aumentou grandemente com o período de pandemia. Na Instituição, há um cuidado e um empenho em todo o processo do trabalho, desde a escolha das famílias até o momento de levarmos a doação ao beneficiário. Sempre é montado um local acolhedor e cativante para as entregas. Percebo o carinho de nossa equipe para com as pessoas que são atendidas; a maioria delas relatam sentir-se queridas e colocadas em prioridade nas entregas. Poder ver esses indivíduos tendo sua dignidade resgatada, por meio do enfrentamento da insegurança alimentar, é uma satisfação única.”

Camila Alves de Oliveira
Presidente Prudente/SP

“Levamos alimentos e também afeto”

“(…) Toda a nossa equipe é muito dedicada e faz esse serviço com muito Amor para que a ação seja completa. Se a comunidade precisa de uma orientação jurídica ou qualquer atendimento, ninguém mede esforços para que a ajuda chegue a quem mais precisa na localidade beneficiada. Há pouco tempo, por exemplo, estivemos na comunidade Areal, em São José dos Pinhais, região metropolitana da capital paranaense. Nesse lugar não tem asfalto, é estrada de chão. Então, quando chove, tudo vira barro. Nossa entrega estava agendada para um dia específico, mas precisamos remarcar para a semana seguinte, por causa da chuva. Quando voltamos, havia muita lama ainda. Nós realizamos essa distribuição com o apoio de um veículo da Linha Solidária do Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba. Ao chegarmos ao bairro, o ônibus não conseguia entrar na comunidade, patinava muito por causa do barro. Não havia outra entrada para a localidade, apenas essa. A nossa colaboradora Zilda Gutiere entrou no veículo e ajudou o motorista a manobrar. Os moradores também auxiliaram e, com grande perseverança, conseguimos chegar à comunidade para realizar o atendimento. E sempre é assim, nunca levamos só a cesta, levamos também uma palavra de conforto, afeto. O nosso apoio vai bem além de alimentos. É muito gratificante sentir que eles entendem o nosso recado.”

Andreia Moreira Paes
Curitiba/PR

Esses depoimentos foram publicados originalmente na revista BOA VONTADE nº 267, de janeiro de 2022. Para ler outros conteúdos desta edição da revista, que é gratuita, clique aqui.

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