Rio de Janeiro, RJ — A Rede Sociedade Solidária — programa de Assessoramento da Legião da Boa Vontade — promoveu, no último dia 16, no prédio administrativo da LBV no centro da cidade, uma roda de conversa com o tema “Promoção dos direitos da Pessoa com Deficiência e inclusão e humanização – Olhar além das leis”.
Unindo forças com a Associação de Pais, Amigos e Pessoas com Deficiência, de Funcionários do Banco do Brasil e da Comunidade (APABB), o evento contou com a participação de especialistas na promoção da inclusão social de pessoas com deficiência. Os palestrantes convidados foram: dr. Caio Silva de Souza, advogado, professor e secretário geral da Comissão da Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Ordem dos Advogados do Brasil, OAB/RJ; Cristiane Gonzaga, assistente social e supervisora administrativa da APABB do Estado do RJ e Roberta Sales, assistente social da APABB, especialista em RH e gestão de projetos.
Unindo forças com a Associação de Pais, Amigos e Pessoas com Deficiência, de funcionários do Banco do Brasil e da Comunidade (APABB), o evento contou com a participação de especialistas na promoção da inclusão social de pessoas com deficiência.Sobre os principais desafios que a pessoa deficiente enfrenta para a inclusão no mercado de trabalho, o dr. Caio Silva de Souza ressaltou: “A barreira atitudinal é, ainda, a principal, porque não basta ter uma rampa, um braile, um programa ledor no computador. A barreira atitudinal é aquela onde a pessoa não consegue se encaixar no ambiente de trabalho, onde as pessoas daquele ambiente não têm vontade, não tem sensibilidade de receber aquela pessoa com deficiência como um semelhante, um ser humano como ela. Esse é o maior problema hoje”, pontuou.
Ao falar sobre os avanços conquistados, o advogado destacou: “Muito se avançou ao longo da Constituição, desde 1988 até hoje. Diversas Leis foram criadas nesse período, mas a gente ainda tem um longo caminho para que as pessoas com deficiência estejam plenamente incluídas no mercado de trabalho ou em qualquer outro ambiente, como saúde, educação, lazer, etc. Esses fóruns são importantes para mostrar que a pessoa deficiente tem direitos e eles tem que ser segurados, na prática”, concluiu.
A assistente social da APABB, Roberta Sales, destacou a atuação das empresas em relação à inclusão das pessoas com deficiência: “parabenizo a organização da LBV por fazer um trabalho de formação continuada com as lideranças, é um desafio, ainda mais trazendo temas importantes. A experiência que a APABB tem no Brasil, o que a gente percebe de demanda, é que ainda é muito imatura a vontade da inclusão. Necessariamente, ela vem de uma obrigatoriedade, de uma possível multa, a questão do cumprimento da cota, mas não da compreensão do acesso da atividade laboral pela pessoa com deficiência. Por isso, é tão importante a sensibilização. Há uma certa preferência das empresas por pessoas que demandam muito menos adaptações materiais e mais ainda daquelas pessoas que demandam menos adaptações de tarefas e comportamentais da equipe”, declarou.
Os palestrantes convidados trouxeram importantes considerações sobre o tema, elucidando a importância de falar e agir sobre o tema.Marisa Soares da Cunha, integrante do curso de Política Nacional de Assistência Social, PNAS, promovido pela Rede Sociedade Solidária, falou da importância dessa capacitação feita pelo programa de Assessoramento da LBV: “tem sido super gratificante, porque primeiro você revê todos os pontos que teve na época de faculdade enquanto aluna e depois ter o contato com os profissionais, porque nos tratam de igual para igual. Conheço a LBV há muitos anos, conheço o Lar dos vovôs desde criança e me acostumei a viver com a LBV. Hoje, estar participando do curso, na primeira vez que vim, me emocionei. É de grande valia”.
A respeito do funcionamento do Programa de Assessoramento, a articuladora social da LBV, Ângela Verônica Ribeiro Anjo, explicou: “nosso programa de Assessoramento faz o acompanhamento das lideranças comunitárias, profissionais que atuam dentro do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), e dentro desses grupos identificamos que eles têm grande demanda de pessoas com deficiência, seja no âmbito profissional, pessoal e comunitário. Eles não tinham qualquer conhecimento sobre as legislações que possam promover a cidadania dessas pessoas”, disse.
O encontro ocorre mensalmente com diversas instituições e organizações parceiras locais e municípios vizinhos, e agora conta também com a participação dos representantes dos projetos sociais das comunidades pacificadas do Estado do RJ. As inscrições e informações podem ser obtidas pelo e-mail: assessoramento-rj@lbv.org.br
