Maria José da Silva, atendida pelo programa Vida Plena.
Nascida no interior do Pernambuco, Maria José da Silva abandonou cedo as pretensões profissionais e os estudos para se dedicar aos ofícios do lar e do matrimônio. Como de costume na época, casou-se ainda adolescente e precisou lidar com as responsabilidades de ser mãe e de zelar pela casa.
Ela cuidava dos afazeres domésticos e lutava para manter o casamento, deteriorado pelas constantes agressões cometidas por seu marido. Com medo de ver a família desmoronar, não denunciou os abusos do companheiro. Os sete filhos do casal, porém, não aceitaram o sofrimento da mãe. Maria José resolveu, então, se separar.
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“Chorava muito devido à separação. Pensava muito nos meus filhos, por terem ficado sem o pai deles. Chorava ao pensar como eu criaria meus sete filhos”, lembra. Apesar do sofrimento, a dona de casa não guarda mágoas do ex-companheiro. “Perdoei, com certeza. Acho que o perdão vale tudo. Quem perdoa uma pessoa também será perdoado”, afirma.
Recém-separada e precisando criar as sete crianças, ela não hesitou em pedir ajuda e encontrou apoio na casa ao lado. “Comecei lavando a roupa da minha vizinha e ela me dava leite para o pequeno e comida para os outros filhos.” Ainda assim, as dificuldades batiam à porta de Maria José. Tais problemas fizeram com que os filhos mais velhos abandonassem a escola e ajudassem a mãe no sustento da casa.
Com uma carroça, os jovens percorriam a cidade de madrugada em busca de alimentos e roupas. “Eles juntavam tudo o que viam no lixo e traziam para casa. Eu os esperava chegar para tomarmos o café da manhã, que era a comida que eles traziam do lixo”, conta. Em casos emergenciais, Maria ainda contava com uma ajuda financeira do ex-companheiro.
Recife, PE — Integrantes do programa Vida Plena, da LBV, navegaram pelos rios Capibaribe e Beberibe no Barco Escola Águas do Capibaribe em Recife, PE, Quando ele morreu, Maria José precisou assumir de vez todos os problemas. Triste, andava pela Rua dos Coelhos quando avistou o Centro Comunitário de Assistência Social, da Legião da Boa Vontade. Na Instituição, ela encontrou novamente motivos para sorrir. A partir do atendimento que recebeu da LBV sua vida se transformou para melhor. Atualmente, ela é integrante do programa Vida Plena e participa de atividades que respeitam e valorizam suas experiências. No Centro Comunitário da LBV, ela encontrou um espaço saudável voltado ao diálogo, ao fortalecimento da cidadania e à garantia de seus direitos.
Os jovens da melhor idade participam de passeios culturais e de lazer, atividades que despertam conhecimentos e os fazem sair da rotina, além de palestras educativas com temas que envolvem situações do cotidiano, como direitos da mulher.
RECIFE, PE — As jovens da Melhor Idade atendidas pela LBV realizam, por meio de oficinas, trabalhos artesanais como pintura, crochê, tricô, macramê, entre outros, visando garantir melhores condições de vida, principalmente porque confeccionam produtos para a venda.Mesmo nas adversidades, a atendida nunca perdeu as esperanças, tendo a convicção de que sua vida poderia melhor. “Na LBV, as pessoas abraçam a gente e essa alegria vem para nós. É muito bom receber a atenção e o carinho de uma pessoa. Muito obrigada, que Deus abençoe cada pessoa que ajuda a LBV e ilumine o caminho de quem trabalha aqui, principalmente o [diretor-presidente da LBV] Paiva Netto”, finaliza.
Em Recife, o Centro Comunitário de Assistência Social, da Legião da Boa Vontade, está localizado na Rua dos Coelhos, 219 — Boa Vista. Para outras informações, ligue: (81) 3413-8600.
