A Ciência tem comprovado que a amizade é o fator que mais influi para alguém se manter saudável, superando a riqueza, a genética e até mesmo a rotina e a alimentação.
De acordo com estudos feitos desde o fim da década de 1930 pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, os fortes laços de amizade prolongam a vida em 10 anos, prevenindo o aparecimento de doenças. Quem está na faixa dos 70 anos, por exemplo, tem 22% mais perspectiva de alcançar os 80 se possuir amigos.

Entre os objetivos do Vida Plena, serviço de convivência da LBV, está o de fortalecer os vínculos familiares e os laços de amizade entre seus usuários.
De acordo com Daniela Machado Ainhoren, psicóloga responsável pela iniciativa no Centro Comunitário da Instituição em Porto Alegre/RS, o programa oferece aos atendidos a oportunidade “de compartilhar histórias, saber que têm com quem contar, que há cidadãos que vivem situações parecidas com as suas, para que troquem ideias, informações e vivências”.
Cientificamente falando, as boas interações pessoais agem em nosso corpo produzindo hormônios benéficos, como a ocitocina, que tem um papel na proteção do sistema cardiovascular, conforme explica uma revisão médica publicada, em 2020, pela revista Frontiers in Psychology.
Daniela ressalta que “esses hormônios liberam uma sensação de prazer, importante para o desenvolvimento humano, especialmente para o fortalecimento do sistema imunológico. A gente sabe que pessoas felizes adoecem menos. Aqui, os usuários vivenciam situações boas, positivas, então, ficam mais fortalecidos. Por isso, faça chuva, faça sol, não faltam, porque amam este espaço”.
UM VALOR DE UMA AMIZADE
Silvarina da Silva, 60 anos, e Maria Jandira Santiago Gonçalves, 67, sabem o valor da amizade. Apesar de morarem perto uma da outra, na capital gaúcha, só foram se conhecer na Legião da Boa Vontade.
Jandira chegou ao Vida Plena bem antes e, quando Silvarina passou a integrar o serviço, viu naquele primeiro dia que seriam grandes companheiras. O passar do tempo só confirmou o que intuíram de imediato, e, hoje, já estenderam o bom relacionamento para fora da unidade da Instituição.
“Estar na LBV é muito bom, porque a gente não se escora num amigo, mas sabe que, toda vez que precisar, essa pessoa está ali nos apoiando. (…) Eu tive um aneurisma que me deixou muito esquecida e repetitiva, então, a Maria Jandira me ajuda. Ela diz: ‘Tu já falou isso, te lembras?’, fazendo a minha memória voltar. Essa paciência que tem comigo é bastante importante, coisa que eu pensei que só teria dos meus filhos”, destaca Silvarina.
Jandira conta que conheceu a LBV há nove anos e nunca mais deixou a iniciativa. “[A LBV] trouxe coisas boas, alegrias e amizades para mim. Temos palestras, dançamos, passeamos…” E concluiu: “Como a Silvarina falou, enquanto lá fora nos acham velhas, aqui somos tratadas bem, de forma igual. Quem quiser ser feliz venha para a LBV, porque é muito bom”.
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Essa matéria foi publicada, originalmente, na revista BOA VONTADE nº 285, de julho de 2023. Para ler outros conteúdos publicados desta edição, clique aqui.