Na LBV, novas amizades e crescimento profissional

Leia trecho da reportagem “Por uma sociedade mais inclusiva”, publicada na revista BOA VONTADE nº 275.

Esse trecho foi extraído da reportagem “Por uma sociedade mais inclusiva”, publicada na revista BOA VONTADE nº 275, de setembro de 2022. Desejamos a você uma ótima leitura!

Vivian R. Ferreira
Arthur Oliveira dos Santos, 27 anos, e Maria Isabelle Anselmo, 24, tornaram-se amigos na Escola de Capacitação Profissional Boa Vontade, em São Paulo/SP, onde frequentam o Curso Técnico em Rádio e Televisão, o qual tem duração de um ano e meio e é ministrado em três semestres.

Destinado a jovens e adultos, o Curso Técnico disponibilizado pela LBV é o segundo totalmente gratuito da capital paulista a conceder DRT, ou seja, o registro profissional emitido pela Delegacia Regional do Trabalho de cada Estado.

Maria Isabelle relata que não é surda completamente, conserva um pouco de resquício auditivo e que, por isso, consegue fazer a leitura labial, o que facilita a sua comunicação. Ela também destaca que o fato de ter cursado o último ano do Ensino Fundamental e todo o Ensino Médio no Conjunto Educacional Boa Vontade, na capital paulista, fez a diferença em sua trajetória e é de fundamental importância para sua profissionalização:

“Além da forte educação, na qual se formam cérebro e coração*, eu nunca sofri preconceito na Instituição”.

Vivian R. FerreiraMaria Isabelle Anselmo
Depois de concluir a Educação Básica, alçou novos voos: está empregada como auxiliar de escritório, faz faculdade de Psicologia e matriculou-se no curso na LBV. “Muitos podem pensar que é impossível uma pessoa que tenha deficiência auditiva fazer audiovisual, mas foi um desafio que eu mesma me dei, e, conforme foram contecendo as aulas, fui ficando ainda mais tranquila.”

Tudo tem dado certo para Maria Isabelle, que encontrou na escola da LBV todo o apoio de que precisava, como a presença de um intérprete na Língua Brasileira de Sinais (Libras) e outras estratégias pensadas, a fim de que a jovem alcance bons resultados em sala de aula:

“Eu deixo o meu celular perto da caixa de som para acompanhar na audição o que está sendo falado pelo professor ou o que está sendo mostrado no vídeo (o meu celular é conectado com meu aparelho auditivo via bluetooth). Consigo fazer essa junção entre o professor e o intérprete, adaptei-me bem com esses dois caminhos na aula e consigo entender 100% os conteúdos, as atividades que são propostas”, ressalta.

“A LBV TEM UM ACOLHIMENTO MUITO HUMANO”

Vivian R. FerreiraArthur dos Santos
Para Arthur, que possui dificuldades locomotoras nas pernas e caminha com a ajuda de muletas, não foi diferente, pois o respaldo que encontrou na LBV e na amizade com Maria Isabelle, na troca de desafios e de aprendizados, só fortaleceu esse jovem, que sonha em ser roteirista e trabalhar na linha de produção de televisão.

A vocação para o veículo de comunicação vem da infância, quando encontrou uma companhia nos personagens de novelas e filmes, visto que passava quase todo o tempo em casa. Ele nos conta que demorou para que os médicos concluíssem o diagnóstico, e isso, somado à falta de estabelecimentos de ensino com acessibilidade, acabou atrasando seu ingresso na vida escolar.

Junto a esses fatores, lamenta o jovem “que poucos são os deficientes encorajados a sair de casa, como também a sociedade não é incentivada o suficiente para saber lidar com as deficiências”.

Vivian R. FerreiraRodrigo Cassiano, intérprete de Libras, é um dos profissionais da Escola de Capacitação Profissional Boa Vontade, em São Paulo/SP, engajados em garantir os direitos das pessoas com deficiência auditiva.

Todos esses empecilhos postergaram seu ingresso na escolarização, e ele acabou finalizando a Educação Infantil com 10 anos. Apesar disso, Arthur não reclama, pois, graças a bolsas de estudos, pôde frequentar bons colégios até o fim do Ensino Médio e, agora, tem a oportunidade de realizar seu sonho na Legião da Boa Vontade.

“Eu estou amando estar nesta escola. A LBV tem um acolhimento muito humano. Fui pesquisar a história da Instituição, e ela é assim, já na sua nascente, um olhar humanista no jeito de lidar com o indivíduo, de entender que cada um tem o seu porquê e sua jornada, que são pessoas diferentes. Graças a Deus, a Instituição inteira é muito acessível.”

E completa dizendo que a experiência na Entidade tem sido enriquecedora, por estar em um lugar em que “as pessoas entendem que oferecer acessibilidade não é um privilégio, mas um direito, e que, quando a gente se torna independente, tem as mesmas chances na vida. Isso é promover equidade”.

Para ler essa reportagem na íntegra e outras matérias da revista BOA VONTADE nº 275clique aqui.


*“Formar cérebro e coração” — Esse é o lema do educador Paiva Netto para a rede de escolas da LBV, aplicado na Pedagogia do Afeto (destinada a crianças de até os 10 anos de idade) e da Pedagogia do Cidadão Ecumênico (aplicada a partir dos 11 anos), que compõem a linha educacional criada pelo presidente da LBV, José de Paiva Netto. Nela, o ser humano é considerado em sua integralidade, de forma que a aprendizagem não ocorra somente no âmbito do intelecto, mas, sobretudo, no dos sentimentos e das emoções, e que o educando se torne, efetivamente, partícipe da promoção da Cultura de Boa Vontade e de Paz.

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