Esse trecho foi extraído da reportagem “Por uma sociedade mais inclusiva”, publicada na revista BOA VONTADE nº 275, de setembro de 2022. Desejamos a você uma ótima leitura!

Destinado a jovens e adultos, o Curso Técnico disponibilizado pela LBV é o segundo totalmente gratuito da capital paulista a conceder DRT, ou seja, o registro profissional emitido pela Delegacia Regional do Trabalho de cada Estado.
Maria Isabelle relata que não é surda completamente, conserva um pouco de resquício auditivo e que, por isso, consegue fazer a leitura labial, o que facilita a sua comunicação. Ela também destaca que o fato de ter cursado o último ano do Ensino Fundamental e todo o Ensino Médio no Conjunto Educacional Boa Vontade, na capital paulista, fez a diferença em sua trajetória e é de fundamental importância para sua profissionalização:
“Além da forte educação, na qual se formam cérebro e coração*, eu nunca sofri preconceito na Instituição”.

Tudo tem dado certo para Maria Isabelle, que encontrou na escola da LBV todo o apoio de que precisava, como a presença de um intérprete na Língua Brasileira de Sinais (Libras) e outras estratégias pensadas, a fim de que a jovem alcance bons resultados em sala de aula:
“Eu deixo o meu celular perto da caixa de som para acompanhar na audição o que está sendo falado pelo professor ou o que está sendo mostrado no vídeo (o meu celular é conectado com meu aparelho auditivo via bluetooth). Consigo fazer essa junção entre o professor e o intérprete, adaptei-me bem com esses dois caminhos na aula e consigo entender 100% os conteúdos, as atividades que são propostas”, ressalta.
“A LBV TEM UM ACOLHIMENTO MUITO HUMANO”

A vocação para o veículo de comunicação vem da infância, quando encontrou uma companhia nos personagens de novelas e filmes, visto que passava quase todo o tempo em casa. Ele nos conta que demorou para que os médicos concluíssem o diagnóstico, e isso, somado à falta de estabelecimentos de ensino com acessibilidade, acabou atrasando seu ingresso na vida escolar.
Junto a esses fatores, lamenta o jovem “que poucos são os deficientes encorajados a sair de casa, como também a sociedade não é incentivada o suficiente para saber lidar com as deficiências”.

Todos esses empecilhos postergaram seu ingresso na escolarização, e ele acabou finalizando a Educação Infantil com 10 anos. Apesar disso, Arthur não reclama, pois, graças a bolsas de estudos, pôde frequentar bons colégios até o fim do Ensino Médio e, agora, tem a oportunidade de realizar seu sonho na Legião da Boa Vontade.
“Eu estou amando estar nesta escola. A LBV tem um acolhimento muito humano. Fui pesquisar a história da Instituição, e ela é assim, já na sua nascente, um olhar humanista no jeito de lidar com o indivíduo, de entender que cada um tem o seu porquê e sua jornada, que são pessoas diferentes. Graças a Deus, a Instituição inteira é muito acessível.”
E completa dizendo que a experiência na Entidade tem sido enriquecedora, por estar em um lugar em que “as pessoas entendem que oferecer acessibilidade não é um privilégio, mas um direito, e que, quando a gente se torna independente, tem as mesmas chances na vida. Isso é promover equidade”.
Para ler essa reportagem na íntegra e outras matérias da revista BOA VONTADE nº 275, clique aqui.
*“Formar cérebro e coração” — Esse é o lema do educador Paiva Netto para a rede de escolas da LBV, aplicado na Pedagogia do Afeto (destinada a crianças de até os 10 anos de idade) e da Pedagogia do Cidadão Ecumênico (aplicada a partir dos 11 anos), que compõem a linha educacional criada pelo presidente da LBV, José de Paiva Netto. Nela, o ser humano é considerado em sua integralidade, de forma que a aprendizagem não ocorra somente no âmbito do intelecto, mas, sobretudo, no dos sentimentos e das emoções, e que o educando se torne, efetivamente, partícipe da promoção da Cultura de Boa Vontade e de Paz.