A força de quem quer sobreviver

No Recôncavo Baiano, a sua doação ajuda dona Antônia Moreira dos Santos e seus cinco filhos a sobreviver.

Para as famílias com renda de um salário-mínimo, estabelecido em R$ 1.100 atualmente, o preço da cesta básica de alimentos chega a consumir 65,32% dos ganhos mensais, como atesta o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

O que fazer, então, quando a renda mensal do lar é de apenas R$ 250, dos quais R$ 200 são necessários para pagar o aluguel da moradia? É com essa quantia que a dona Antônia Moreira dos Santos e seus cinco filhos tentam sobreviver, no município de Santo Antônio de Jesus/BA.

Itala Kelly

Ela, que é catadora de material reciclável, pode ser considerada uma guerreira, haja vista tanta resiliência diante dos desafios que já enfrentou, como o de sofrer violência e o de viver nas ruas, debaixo de viadutos e pontes. O esforço no trabalho, por vezes, leva-a à completa exaustão.

“Não é fácil ficar cheirando coisa estragada, tomando chuva, sol, e chegar em casa tão estressada, cansada… Já passei pelo momento de chegar em casa e cair no meio da sala, a minha filha tendo que me pegar nos braços e, comigo praticamente dormindo, me dar banho. Isso de tão cansada, com os pés cheios de calos, sentindo fome… (…) Nós somos humilhados, xingados, maltratados: ‘Olha os lixeiros ali!’, diziam. Até coisa do lixo já comi. Eu já dormi com fome. Às vezes, não tinha o que dar para os meus filhos. (…) [Fora que aqui], quando dá 18 horas, meio mundo de ratos sai desse esgoto [que fica em frente à nossa casa]”.

A família de dona Antônia foi uma das 60 beneficiadas com cestas de alimentos e kits de limpeza e de higiene da LBV, entregues pela parceira da Instituição, a Associação de Catadores de Resíduos Sólidos do Recôncavo Baiano, cujo prédio se encontrava sem água e luz no dia da entrega. À época, a mãe de família não tinha gás em casa, mas tamanha foi a felicidade de receber os alimentos e a vontade de poder comer bem que, enquanto conversava com a equipe da Instituição, o arroz fresquinho era preparado pela filha Clara, sobre o fogão improvisado no quintal, com dois blocos de tijolo e uma grade.

Mesmo encarando situações tão adversas em busca de melhor qualidade de vida, dona Antônia persiste em crer em um futuro melhor.

“A gente nunca pode perder a Fé e a Esperança. Não pode desistir. A luta é grande? É, mas nós estamos aqui [na vida] para vencer”, ensinou. Afetuosamente, a beneficiada fez questão de agradecer àqueles que colaboraram para que ela e outras tantas famílias tenham comida na mesa: “O que digo aos doadores da LBV é que Deus está com eles. Que Ele os abençoe cada dia mais! Que o Espírito Santo do Senhor ilumine os passos deles e de cada um da equipe da Instituição! Um grande abraço. Um grande beijo”.

Graças a você, amiga doadora e amigo doador, a LBV a família de dona Antônia — e tantas outras espalhadas pelo Brasil — não passarão fome durante a pandemia. A sua doação mantém nosso trabalho e, consequentemente, renova as esperanças de quem é beneficiado por ele.

Itala Kelly
Por isso, agradecemo imensamente a sua confiança. Sem a sua ajuda, não seria possível intensificar nossa atuação humanitária e seguir assistindo, mesmo com uma crise sanitária em curso, milhares de famílias brasileiras em situação de risco social e insegurança alimentar.

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Essa reportagem foi publicada originalmente na revista BOA VONTADE nº 264, de outubro de 2021. Para ler outros conteúdos desta edição, que é gratuita, clique aqui.

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