Tudo bem, LBV Lover?
A nossa equipe percorreu cerca de 220 quilômetros a partir de Salvador para chegar, pela segunda vez em 2021, aos povoados de Bueiro, Macarão e Sete de Abril, localizados na zona rural de Ipirá.

Entregar, com o apoio da Associação Beneficente Nina Gomes (Abeng), cestas de alimentos e kits de limpeza e de higiene para 190 famílias — ou seja, a sua doação!
Em Bueiro, conhecemos dona Maria Dalva Rosa de Jesus, mãe de nove filhos, dos quais ainda cuida de sete, além dos dois netos.

A família mora na precária casa emprestada pelo sogro dela, pois a residência anterior, que era de taipa, desabou logo após o falecimento do esposo. De acordo com a beneficiada, a renda com que sobrevivem é oriunda do auxílio governamental e da venda dos chapéus de palha que confecciona, cada um a 4 reais (perfazendo R$ 100 mensais).

Quando recebeu os benefícios, a despensa de Maria Dalva contava com apenas um punhado de arroz e um saco de farinha — que foi comprado fiado. Sobre o fogão a lenha, um pouco de café que seria requentado. Enquanto falava sobre as lutas que tem enfrentado, ela fez a seguinte pergunta, com voz embargada, aos presentes:
“Qual é a mãe que vai ver um filho passando necessidade e…? [lágrimas]. Tem vez que [a comida] não dá para mim; eu divido com meus filhos e fico satisfeita. Fico tão feliz quando tem pão para dar aos meus filhos, como numa hora dessa, em que chega uma coisa dessas [a cesta da LBV] dentro da minha casa, sem eu ter um tostão. Hoje não tive um centavo para comprar mistura”.
Como se poderia imaginar, as limitações diárias com que tem de lidar geram impacto em sua saúde.
“Tomo remédio para pressão. Uns dias atrás [, quando não tinha o medicamento], eu caí. Desmaiei. Quase morri e deixava meus filhos ‘tudo’. Fui na UPA [Unidade de Pronto Atendimento] tomar o remédio da pressão e deixei meus filhos ‘tudo’ aí, achando que eu ia morrer.”
Um estudo com 1,7 milhão de pessoas publicado pela revista médica The Lancet aponta que a pobreza encurta a vida quase tanto quanto o sedentarismo e muito mais do que a obesidade, a hipertensão e o consumo de álcool.
Felizmente, o pior não aconteceu — graças a você, amiga doadora e amigo doador.
“Deus foi grande [ao me livrar]. Vou fazer 50 anos de sofrimento. Mas sou uma mulher guerreira, não abaixo a cabeça e sigo em frente. Enquanto eu tiver vida, vou vencendo [minhas lutas]. Muito obrigada a vocês, da LBV, que vieram trazer uma grande cesta pra nós. Estou feliz por isso que fizeram. Deus abençoe e fique com vocês todos!”
Essa entrevista foi publicada originalmente na revista BOA VONTADE nº 264, de outubro de 2021. Para ler outros conteúdos desta edição, que é gratuita, clique aqui.
Para acompanhar tudo o que temos desenvolvendo com as crianças, os adolescentes e idosos atendidos, siga a @LBVBrasil nas redes sociais.