Alegria e gratidão

Ex-atendido pela LBV leva família para visitar unidade da Instituição em Glorinha/RS

Arte: Helen Winkler

O Centro Comunitário de Assistência Social Alziro Zarur, em Glorinha/RS, além de ser um local de rara beleza, em virtude da imensa área verde onde está situado, guarda em seus registros histórias emocionantes. Fundada em 1960, essa unidade da Legião da Boa Vontade já abrigou um lar para meninos e, atual­mente, continua a amparar a infância, com destaque para a ação do serviço Criança: Futuro no Presente!, no qual meninas e meninos participam de oficinas culturais (música, artes, esporte etc.); aprendem sobre o aproveitamento dos recursos da Natureza; realizam atividades lúdicas; e recebem lições de agricultura orgânica (horta, pomar e lavouras).

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Nesse lugar, com forte vocação solidária e ecológica, dezenas de pequenos cidadãos reescreveram sua trajetória, a exemplo de Adriano Rodrigues do Nascimento, de 32 anos, que hoje mora na capital gaúcha, a 55 quilômetros de Glorinha. Recentemente, ele escreveu à LBV, manifestando a vontade de levar a família para conhecer o local em que viveu dos 8 aos 15 anos de idade, entre 1996 e 2002. Antes de a visita ocorrer, a equipe da revista pôde conversar com Adriano para saber os motivos que o fizeram entrar em contato com a Instituição. “Na LBV eu passei os sete melhores anos da minha vida. Há momentos em que volto em pensamento e procuro lembrar das coisas boas que fazia. Minha esposa já me pegou várias vezes com os olhos cheios de lágrimas quando relembro esses tempos. Estar em Glorinha é reavivar aquela criança feliz, aquela gurizada toda lá fazendo atividades”, afirmou.

Logo depois desse bate-papo, em 26 de junho de 2020, ele realizou o sonho de compartilhar com a esposa, Daiana, as duas filhas (Sophia, de 13 anos, e Heloísa, de 7 meses) e a irmã Débora do Nascimento um pouco do que vivenciou na LBV. “Esse dia para mim foi marcante, porque sou muito família. Eu queria, em especial, apresentar o Lar para essa minha irmã, porque sou grato a ela e à LBV. Então, queria mostrar onde e como foi a minha infância.”

Arte: Helen Winkler

Para Débora, que sofreu à época com a distância do irmão mais novo, a emoção também foi grande por estar no ambiente no qual Adriano passou aqueles sete anos. “Gostaria que todos pudessem ter o que ele teve quando mais precisou. Hoje, eu posso dizer que foi o melhor lugar que poderia estar. O Adriano se tornou um homem maravilhoso. Eu agradeço a Deus, em primeiro lugar, e à LBV [por isso].”

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Apesar dos problemas financeiros que forçaram a família dele a se separar na década de 1990, os laços dos sentimentos foram mantidos, e a bagagem que recebeu na Legião da Boa Vontade propiciou a esse ex-atendido cultivar os melhores sentimentos com todos. “Eu consegui aproveitar cada segundo aqui. Para mim foi muito importante. Hoje, ensino a meu pai várias coisas por causa da LBV. E quero que quem veja o meu relato sinta o valor de cada doação. Talvez as pessoas que doaram [naquela época] nem saibam, mas [a colaboração delas] mudou a minha vida, me tornou um guri melhor do que quando entrei. Fazer o bem sem olhar a quem, a vida traz isso de volta. Eu sou grato a cada um que ajudou o Lar, pois isso me manteve bem, com saúde, com os ensinamentos de que precisava para sair mundo afora e, hoje, plantar a minha sementinha”, ressalta.

Arte: Helen Winkler

Sobre a harmonia dentro de sua casa, ele não tem dúvida da origem desses bons sentimentos: “A família que eu tenho hoje, abençoada, foi através da LBV. O respeito que tenho, o carinho que a minha esposa possui por mim, porque ela me admira, foi por causa daqui. Então, eu sou muito grato, de verdade”.

Da época em que conviveu na Entidade, possui imensa gratidão pelo apoio do dirigente da LBV a todos os meninos ali amparados. “Quando nós sabíamos que o Paiva Netto ia visitar o Lar, nós já acordávamos ansiosos, era um dia especial e feliz demais para a gente. Ele é uma pessoa que traz muita luz. No momento em que ele falava, todos ficavam em silêncio para ouvir a sua mensagem, ‘tu só ouvia’ [o vento batendo nas] árvores e os passarinhos, ele passava uma grande energia. O mínimo que podíamos fazer era olhar nos olhos dele enquanto falava e ouvir a sua mensagem. Ele tem uma coisa dentro dele que falta para muitos: empatia, ele se coloca no lugar do outro. O Paiva Netto sempre fez isso, sempre e sempre”, concluiu.

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