Desde o início da pandemia, Sidneia Evangelista da Silva, mãe solo de cinco filhas, em Goiânia/GO, tem sido beneficiada mensalmente pela LBV com cestas de alimentos não perecíveis. Duas das garotas são usuárias do serviço de convivência da Instituição: Cindy, 7 anos, e Sofia, 5.

“Lembro de a Sofia chegar em casa chorando muito, dizendo que a colega [da escola] tinha dado risada dela por conta da garrafinha de água, que era PET, sendo que a da aluna era de uma personagem de desenho. A Sofia ficou bastante chateada e não queria ir mais para o colégio. Ela ficou muito triste, e eu também. Para ela, passou, mas não tiro isso da cabeça. A gente quer dar o melhor para os filhos. E, às vezes, é bem difícil. O melhor para nós hoje está sendo ter comida na mesa, para não dormirmos com fome”.
Segundo essa mãe, houve outras ocasiões muito desafiadoras que teve de superar, como “em um dia em que saímos de casa eu, a Cindy, a Sofia e a Lara sem comermos nada. A esperança era achar algo por aí, alguém ajudar. Daí, perto do mercado, encontramos umas sacolas com pães e outras coisas. As meninas ficaram bastante animadas. A funcionária disse que eu poderia pegar porque estava tudo ‘dormido’, não iriam vender. Estava para ir para o lixo, mas a gente pegou e comeu. Nós estávamos comendo e as lágrimas descendo [pelo meu rosto], porque é doído ver seu filho comendo com você no chão por não ter de onde tirar para dar a ele”.
Para ela, as refeições que as duas irmãs fazem no Centro Comunitário da LBV, assim como a cesta de alimentos, “dão um alívio e tanto”, amparando os outros familiares que estão em casa. Até porque, como expôs, “[a falta de alimentos] prejudica, sim, [o desempenho das meninas no colégio]. O aluno, estando com fome, se incomoda e não consegue se concentrar [na aula]. Tem gente que fica nervosa, estressada e não quer saber de nada. A criança bem alimentada foca mais naquilo que precisa prestar atenção na escola. Tenho certeza de que incentiva muito [a estudar] a pessoa estar bem alimentada. A dor maior que tem na gente é a fome; o adulto ainda aguenta um dia todo sem comer, mas a criança não consegue”.
Sidneia faz questão de ressaltar também o apoio socioemocional que tem recebido da Entidade:
“A LBV, para mim e as meninas, é a nossa segunda casa. Quando a gente precisa conversar, receber conselhos, as psicólogas ligam para nós e vão a fundo mesmo [para entender o problema que se apresenta]. Querem saber como estamos. Eu me sinto bem, porque existem pessoas que se importam realmente conosco, de coração. A gente se sente vivo, se sente alguém. Sabem que eu existo. Da LBV só posso dizer maravilhas. Se não fosse ela na minha vida, não sei o que seria de mim e das minhas meninas”.
Essa matéria foi publicada originalmente na revista BOA VONTADE nº 276, de outubro de 2022. Para ler outras reportagens dessa edição, clique aqui.
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