O texto a seguir foi extraído da reportagem “Por uma sociedade mais inclusiva”, publicada na revista BOA VONTADE nº 275, de setembro de 2022. Desejamos a você uma ótima leitura!
Metade da população com deficiência é composta por idosos. Eles respondem por 8,5 milhões de indivíduos nesta condição, de acordo com o IBGE. Daí a relevância de iniciativas como o serviço Vida Plena, da LBV, no qual são auxiliadas pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, que têm a oportunidade de participar de atividades favoráveis ao processo do envelhecimento saudável, ao desenvolvimento da autonomia, à socialização e ao fortalecimento dos vínculos familiares, interpessoais e intergeracionais.

Margarida Fernandes da Cunha, 76 anos, é uma das beneficiadas pelo serviço de convivência da LBV em Natal/RN, no qual encontrou amparo, ânimo e forças para superar a depressão, a partir do contato com os integrantes da iniciativa e do apoio de profissionais da Instituição. Hoje, quem escuta as boas risadas dessa potiguar nem imagina o que a gentil senhora passou ao longo da existência: fome, quando era pequena e morava em São Tomé, município no interior do Rio Grande do Norte; orfandade de pai e mãe ainda na infância; e, na fase adulta, a perda de três dos cinco filhos.
Com o passar do tempo também foi diagnosticada com diversas doenças (osteoporose, artrite, artrose, escoliose e bico de papagaio) que a deixaram sem andar por cerca de dois meses, tendo de se locomover com uma cadeira de rodas. Para vencer esses problemas, precisou de muito esforço e inúmeras sessões de fisioterapia, a fim de recuperar parte da força nas pernas e poder andar com a ajuda de muletas. No entanto, todas essas dificuldades mexeram com o seu emocional: “Não comia, não dormia, só chorava, nada prestava”.
Foi nesse pior cenário que Margarida contou também com o suporte da LBV, onde recebeu orientação e assistência psicológica:
“A partir do momento que frequentei a LBV, passou tudo o que eu sentia. Tinha dias que ia com um desgosto tão grande, mas, quando chegava lá, me animava. Eu dizia: meu Deus! Eu vou, ninguém vai me empatar de ir para a Instituição. A LBV é tudo pra mim, é minha irmã, minha mãe”.
Superada a depressão, essa senhora, mesmo com as limitações motoras, retomou os afazeres domésticos, cozinhando e cuidando de suas plantas e animais. Com ajuda de duas vizinhas, não falta a nenhuma atividade na Organização: “Eu enfio o meu braço no braço da Maria e da Lurdes e ‘vamo simbora’!”
No início da pandemia da Covid-19, ela acompanhou remotamente as atividades propostas pela Entidade, mas sempre com “bastante saudade das meninas”, ressalta. Nessa fase, Margarida e seu esposo, João, de 80 anos, também viram a renda do Auxílio-Doença que recebem do governo ter seu valor de compra ainda mais reduzido com a inflação alta, contando muito pouco para manter o lar. Ela se recordou das vezes em que recebeu a cesta de alimentos entregue pela Obra:
“Uma vez, a LBV trouxe o sacolão para mim. Eu estava sem nada, parece que adivinharam que eu precisava… Só tinha água e sal. Foi uma bênção, uma grande alegria. Eu falei: meus filhos, vocês chegaram na hora certa”.
A retomada do atendimento presencial, no início do segundo semestre desse ano, deu novo ânimo a Margarida: “Graças a Deus voltei para a minha família LBV, foi a maior felicidade da minha vida. É tão bom encontrar as amigas que eu tenho! A gente cai na risada juntas, se diverte e tira tudo da cabeça. Hoje, tenho uma alegria tão grande dentro do meu coração! Quero viver muito pra conhecer mundo afora”, finaliza em alto-astral.
Para ler essa reportagem na íntegra e outras matérias da revista BOA VONTADE nº 275, clique aqui.
* Com a colaboração de Arivaldo de Oliveira, da Equipe da LBV.