A figura paterna que se perpetua na educação

Saudoso educador Roberto Davi Marcinari é lembrado pela paternidade educacional, pelos filhos do coração, por todos os seus ex-alunos na escola da LBV.

Vivian R. FerreiraConfira no vídeo o carinho que o professor Davi recebeu de alunos e professores ao completar 25 anos de trabalho na LBV, em 2020.
Um movimento fraterno e longevo como a LBV tem sempre a sua história escrita por muitas mãos, entre as quais as do saudoso educador Roberto Davi Marcinari (1964-2021), que lecionou Biologia por 26 anos no Instituto de Educação José de Paiva Netto, escola que faz parte do Conjunto Educacional Boa Vontade (formado também pela Supercreche Jesus), na capital paulista.

Apaixonado pela profissão de educador, na LBV se encontrou ao conhecer a linha pedagógica da Entidade*: “Foi Amor à primeira vista mesmo, porque foi um encontro de valores, melhorei como ser humano e entendi a proposta educacional; estou aqui até hoje justamente por conta disso, porque eu acredito mesmo nessa proposta”, afirmou o professor Davi, como era carinhosamente chamado pelos estudantes, em 2020, quando completou 25 anos de magistério na unidade.

A Fraternidade sem fronteiras e o cuidar dos alunos de forma integral, como bem expressa o lema da rede de ensino da LBV: “Aqui se estuda. Formam-se cérebro e coração”, comoveu-o profundamente.

“A gente carrega essa marca da Instituição dentro da gente, está no nosso DNA já. A gente tem um envolvimento com todos os profissionais, tudo gira em torno do bem daquela pessoa que está aqui desenvolvendo as suas competências em diversos segmentos como ser humano. Então, esse reconhecimento é o trabalho que tento desenvolver da melhor maneira, com muita responsabilidade. E esse retorno eu tenho a todo instante, a Instituição sempre valorizou o profissional aqui dentro. Essa segurança material e espiritual dá um conforto grande de estar e de trabalhar aqui. E isso eu carrego para o resto da minha vida, não tem como não levar”, concluiu o professor Davi naquela mesma oportunidade.

Vivian R. FerreiraBianca Marcinari, filha do professor Davi.
Ele, que retornou à Pátria Espiritual em 26 de março deste ano, em decorrência de complicações da Covid-19, é lembrado neste Especial pela paternidade educacional, pelos filhos do coração, por todos os seus ex-alunos na escola da LBV, que fazem questão de homenageá-lo neste Dia dos Pais.

Além de recordar as próprias palavras do professor Davi, que são incentivos a novos educadores, a equipe da revista BOA VONTADE pôde conversar também com sua filha Bianca Marcinari, 24 anos, cujos trechos da entrevista, publicados na edição nº 262, de agosto de 2021, são transcritos a seguir.

Você pode ler outros conteúdos da revista BOA VONTADE nº 262clicando aqui.

BV — Quais suas memórias com a LBV a partir do seu pai?

Bianca — São tantas, já da época em que eu era criança, bem pequena mesmo, com 3, 4 anos. E todas elas me remetem a questões festivas e à importância do meu pai dentro de toda essa perspectiva. Quando fui ficando mais velha, fui entendendo todo o processo de educação e a atenção que ele dava no dia a dia para esses alunos. Não era só o professor Davi, era o nosso “querido Davi”. Ele me ensinou muita coisa, inclusive essa veia de querer compartilhar conhecimento, de dizer às pessoas que podem contar comigo, assim como os alunos, vários são os que foram impactados pela LBV, contaram também com meu pai.

BV — A Entidade sempre procura oferecer o melhor para os seus atendidos. Como é saber que seu pai participou de tudo isso?

Bianca — Existe uma expressão que a gente fala que “as pessoas são maiores que a vida”. E eu acho que meu pai conseguiu ser uma dessas pessoas. E isso me dá um conforto grande no coração, porque ele foi, realmente, pai de muitos e também meu pai. Eu gosto de imaginá-lo dessa forma coletiva, porque ele pensava muito no coletivo. (…) Existem as fases do luto, uma psicóloga disse para mim que dá para escolher dois caminhos: o da amargura ou o da alegria, da boa memória, de pensar que meu pai está presente no coração de cada um que ele ajudou. Quando eu me lembrei de tudo o que passei, de todas as homenagens que fizeram para ele na escola, falei: obviamente que vou escolher o lado da alegria, porque [ele não morreu,] foi uma passagem para outro plano, e eu acredito nisso.

Vivian R. FerreiraO professor Davi recebe os cumprimentos do dirigente da LBV, Paiva Netto, durante visita fraterna à escola da LBV, em 2013.

BV — De que o seu pai mais gostava na atmosfera educacional?

Bianca — Gostava de se sentar com outros professores, comigo, com a minha mãe e ter ideias novas de como ia trazer a Biologia para o dia a dia do aluno. Meu pai era ambientalista também. Sempre foi muito preocupado com a questão da reciclagem de resíduos e tudo mais. O que ele mais gostava de fazer, por exemplo, eram os projetos que envolviam a vida das pessoas. Não era somente aquele professor que passava matéria para o aluno, e ele absorvia de forma passiva. Não! Ele gostava do ensino ativo, de fato, de fazer projetos com os estudantes, de botar a mão na massa, de trazer referências, pesquisas… Ele tinha brilho nos olhos quando podia juntar a criatividade com o conhecimento, o embasamento dele na Biologia e os valores da Instituição. Nós sabemos do impacto do trabalho da LBV na vida das pessoas, e isso é a verdade que a gente vê no comportamento, no caráter, no valor de cada um que está aqui. É muito importante que as pessoas doem de coração, entendendo que aquele dinheiro causará um impacto positivo na vida de alguém.                              


* A Pedagogia do Afeto (destinada a crianças de até 10 anos) e a Pedagogia do Cidadão Ecumênico (a partir dos 11 anos) compõem a linha educacional criada pelo educador Paiva Netto. Aplicado com sucesso na rede de ensino e nos programas socioeducativos desenvolvidos pela Legião da Boa Vontade, no Brasil e no exterior, esse novo modelo de aprendizado, que alia “cérebro e coração”, segundo o dirigente da LBV, fundamenta-se “nos valores oriundos do Amor Fraterno, trazidos à Terra por diversos luminares, destacadamente Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista”.

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Notícias Relacionadas