Brasília, DF — Sob olhares curiosos, a mestre em estudos étnicos e africanos, Lorena Marques, da Fundação Cultural Palmares, começou a falar sobre a história do negro no Brasil e a importância da representatividade e da aceitação. Mas ela não falou sozinha: em poucos instantes as crianças e jovens atendidos pela LBV começaram a interagir e mostrar que também estão afiados sobre o tema.

“Me sinto muito realizada em ter tido esse momento e esse contato com as crianças. Me surpreenderam enormemente, porque o conhecimento sobre a influência africana na nossa sociedade ainda não é uma coisa que a gente percebe nas crianças de forma geral. As crianças não têm tanto acesso a esses recursos, a essas discussões e aqui eu senti realmente que as crianças têm [esse conhecimento] e trouxeram, diferente do que a gente observa em outros espaços”, destacou Lorena.
A pedagoga do Centro Comunitário da LBV, Denilma Silva, comenta que essa palestra é mais uma etapa do que tem sido desenvolvido nas atividades com as crianças: “Esse momento é bom para eles mostrarem o que eles acham do tema, o que eles vêm refletindo e o que trazem da família sobre o assunto. É muito importante esse aprofundamento do tema, porque aí eles conhecem mais coisas. A palestra foi muito interessante até mesmo para a aceitação das crianças, que às vezes não se aceitam da forma que são”.

A palestrante ainda ressaltou a importância desse tema ser abordado com crianças e jovens: “Eu penso na criança e no adolescente como aquele que está sendo construído, aquele que está sendo formado. E é importante a gente estar formando essas crianças e esses adolescentes nas diversas perspectivas que nós temos e, no caso, a gente viu que aqui tem um público de crianças negras muito grande”.
Respeito ao próximo
Lorena também comentou sobre como é importante toda a sociedade estar consciente da importância do respeito ao próximo, algo trabalho constantemente pela LBV em suas ações: “A gente precisa criar dos dois lados: na criança negra o orgulho dela ser uma criança negra, e no caso da criança não negra também, a importância da valorização do outro, a questão do não racismo, do não preconceito. A gente está pensando em todas as frentes e em todos os grupos que compõem nossa sociedade”.
A pequena Emanuelly Fernanda, de 7 anos, contou uma das histórias que aprendeu no bate-papo: “Eu gostei da história de Dandara, ela era a mulher de Zumbi [dos Palmares] e era muito corajosa”. De cabelos enrolados, a menina deu uma lição de autoaceitação: “Meu cabelo pode ser de qualquer jeito, mas eu amo e não ligo para as pessoas que falam”. Artur Bezerra, de apenas 6 anos, também deixou registrado um pouco do que aprendeu: “É importante para todas as pessoas, negras e brancas, para elas respeitarem e serem inteligentes. Tudo importa, eles têm que ser eles mesmos”.
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